Páginas

sábado, 9 de junho de 2012

Ser sem medo e viver intensamente (Minha experiência de DJ)


Foi com o “Greatest Hits”do Gypsy Kings, e o antológico “Mais” de Marisa Monte que descobri que música é muito mais que uma sucessão de notas sob um arranjo harmônico. É a manifestação de um sentimento reprimido, a exaltação de uma voz calada, a vontade de fazer o outro entender aquilo que a poesia por si só não seria capaz de explicar. E eu devia ter só uns 7, 8 anos. Estava sacramentada a minha paixão por vinis, cassetes e CD’s.
Daí, tudo virou coleção, teve a fase de músicas infantis com Balão Mágico, “Trem da Alegria” e os desconhecidos “Os Abelhudos” (vale a pena conferir). O país se rendeu a batida do axé e o acervo foi crescendo com Daniela Mercury, Banda Eva, É o Tchan!, Cheiro de Amor, Tonho Matéria. Mas já exausto do mesmo, tive que buscar o novo no campo internacional, e graças a Deus, o final dos anos 90 nos agraciou com Britney, Backstreet Boys, Hanson e outros fenômenos pop. Enfim, poderia divagar linhas e mais linhas sobre meu histórico musical, mas o que importa aqui é mostrar o quanto o caminho de construção do meu acervo discográfico foi trilhado sem preconceitos, sempre buscando o que há de mais sincero na música. (pode até parecer meio utópico essa babaquice de “sem preconceitos”, mais adiante fará sentido).
Entre festinhas e encontros de amigos, sempre fiquei encarregado de montar a playlist. E taí uma função que nunca me desgastou, faço com todo o prazer. Penso na ocasião, no público, no momento e me deleito horas pensado: “Essa aqui vai fazer o povo cantar junto, essa vai fazer o povo vibrar, já essa outra é pra rir mesmo.” Sob o efeito de cervejas e caipiroskas, alguns amigos já cantavam: “E aí? Quando é que você vai assumir logo o seu lado de DJ?” “Quando é a sua estréia como profissional?” Após ouvir as mesmas perguntas por tantas vezes, você mesmo se questiona “Será?” E não deu outra, um amigo de faculdade, sócio de uma das maiores boates de Brasília (pra mim, a mais divertida e interessante), me convidou para tocar numa de suas festas. “E aí? Tá afim de tentar lá na Vic?” Aceitei sem delongas e por um mês, me debrucei sobre o computador na construção do meu primeiro set: Luv Is A Party That Never Ends. A sorte estava lançada e foi um sucesso! Após esse, mais convites surgiram e aí veio o We’re Gonna Rock Together, o Na Senzala é Mais Gostoso (pra quem quiser baixar e conhecer o meu trabalho, só clicar no link) até o mais recente, construído em parceria com esse mesmo amigo, Ricardo Lucas, o London Fever.
Se me perguntam “que tipo de música você toca?” só tenho uma resposta: boa! Música boa! Não posso me rotular com um gênero (house, pop, electro, rock) porque eu não sou assim. Todo estilo tem sua força, sua mensagem e prender-se a um é ignorar várias preciosidades que podem encantar o público. SIM! Encantar! Esse é meu maior e principal objetivo, fazer com que as pessoas não saiam de suas casas para mais uma balada, mas que tenham uma noite memorável, que desperte conversas e risadas no dia seguinte, que seja motivo de lembranças por semanas, meses, talvez anos. É assim que se constrói a trilha sonora de uma vida e se no meu papel de DJ eu puder contribuir com ao menos uma canção, já sinto que deixei um legado.
Sei que tudo isso pode parecer muito cafona, e de fato é, porque já não tenho medo de assumir meu gostinho popular. O gosto do povo é maravilhoso! Foi-se o tempo em que reprimia minha essência para tentar me encaixar num padrão comum. Foda-se o comum! O único medo que carrego hoje é o de soar óbvio demais, ser mais do mesmo. Quem tem medo de assumir que curte Gustavo Lima precisa buscar um terapeuta urgente! Não é que todo mundo é obrigado a gostar do popular, mas vejo que as pessoas estão sempre preocupadas em parecer sérias, maduras, cheias de objetivos e acham que isso só é possível quando se ouve, Chico, Caetano e Maria Gadu. Nada contra esses artistas, eles tem seu valor. Mas sambar miudinho ao som do Exalta ou ir até o chão quando toca Gaiola não te faz menos inteligente, nem mesmo imaturo. Pelo contrário, só demonstra que você se pemite viver intensamente.
Quem me vê tocar deve achar que sou louco, porque eu canto junto, bato palminha, faço coreô, interpreto, praticamente um performer. E é o que eu quero passar sempre. As boates e baladas da vida são mais escurinhas para isso, a bebida é só um empurrãozinho para nos libertar e por aquelas horas sermos quem quisermos ser. Brincar, se divertir! Enfim, SE PERMITIR! Para finalizar, coloco aqui um pequeno texto que escrevi ontem, horas antes de entrar em ação como DJ. Serviu para ontem e deve servir para todos que querem curtir uma boa noite: “Permita-se! Simplesmente deixe o corpo fluir na batida da música. Divirta-se! Renove-se! SEJA! Sem medo! Aqueles que apontam, sempre apontarão (Haters gonna hate). A vida é muita curta para não ser e simplesmente parecer. SEJA! ENTREGUE-SE! Até o corpo não mais aguentar! E quando a energia chegar ao fim, lembre-se que o fim é a oportunidade de um novo começo!”
            De presente, fiquem com essa música de um do mais geniais artistas da atualidade, pouquíssimo conhecido, mas que em suas letras fala muito do que acredito (Tire minha liberdade/ Me transforme numa memória/ Eu não tenho uma voz / Eu não preciso de escolhas / Isso não é parte de mim / Isso é quem EU SOU!). Com vocês, a maravilhosa obra de Frankmusik: I AM

Cézar Almeida é mais um dentre tantos no meio de muitos, mas é só me dar um palquinho que eu te provo que posso ser único.




8 comentários:

  1. Eu estava lá ontem!!! Você foi simplesmente FENOMENAL! Adorei a noite!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado, Sabrina! Esse é o tipo de resposta que me faz acreditar q minha loucura não é em vão!

      Excluir
    2. eu também, lá lá lá... Cezinha brilha sem purpurina, bem.

      Excluir
  2. Divulga aí pra gente quando e onde vai ter discotecagem, pra gente conferir!! Ótimo post, abraço!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Dia 23/06, no show do Christian Chavez, na Victoria Haus, tocarei na Pista STUDIO. Só chegar! Abração!

      Excluir
  3. Migouuuuu, meu DJ-ator-jornalista-publicitário! TODO powerfull...
    Você ahaza em tudo, mas na pixxxx, my baby! I'm yours!!!!
    Curti seu sound "Na senzala é mais gostoso" curti seu post demais...
    Seu Lymmmduuu de uma figa, dia 29 tamo junto

    ResponderExcluir