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sábado, 19 de maio de 2012

DFTV

A filmagem é meio tosca, mas vá lá...

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Um Brinde!


terça-feira, 15 de maio de 2012

Posso Trabalhar?

Hoje em dia, apenas hoje em dia, depois de dois anos ensaiando e apresentando "A Cartomante" é que eu(Kael) não sofro mais com este espetáculo. Por carregar uma encenação muito performática, ou seja, cheia de improvisações e jogos com o público, a dificuldade de casar marcas e textos decorados junto com os imprevistos de uma platéia participativa, levaram um tempo enorme de maturação de certas técnicas. Hoje, acredito ter saído de uma infância imatura desse jogo, pra um caminho bacana e SEM TANTOS SOFRIMENTOS. Mas o sofrimento não tirou o lugar da concentração, da energia e do foco, que sempre estiveram lá (na cena) em todos os momentos.

O trabalho artístico ainda é intenso, mas o sofrimento agora é outro. Pra apresentarmos com dignidade, precisamos antes nos humilhar ao sistema. Sim! Humilhar! O TEATRO É O MEU TRABALHO, É O MEU EMPREGO, É O MEU SUSTENTO. Para podermos chegar aos palcos precisamos entrar profundamente em um trabalho burocrático que, na maioria das vezes, é extremamente incerto: OS EDITAIS


VÍDEO QUE REFLETE O SENTIMENTO PERANTE A UM EDITAL


Perdemos, ou ganhamos (não sei) muito tempo concebendo um projeto bem feito, que seja pagável, que seja patrocinável. Temos a todo instante quebrar a cabeça pra juntar algum mérito cultural com algo que seja vendível, tentando não se render ao mercado negro, tentando manter a essência. Ok... É justo que saibamos falar de nossos trabalhos, para que, em palavras, ele seja descrito de forma que saibam que realmente é um extraordinário trabalho. Mas, e o tempo que gastamos pra lidar com as burocracias? E o tempo que poderíamos usar pra trabalhar nos nossos espetáculos?

Patrocínio se parece mais com um prêmio de consolação. Parece que não temos direito de ser pagos pelo nosso trabalho. Parece que não merecemos.

Ok. Sobrevivemos aos editais, aos patrocinadores, aos apoiadores. Eles são sempre bem-vindos.

E o SATED? E o ECAD? O que fazemos com eles? Temos que pagar pra trabalhar! E tudo isso pra que? PRO NOSSO DINHEIRO SER AUTOMATICAMENTE TRANSFORMADO EM PUTAS E COCAÍNA. 


"Me desculpe por fazer o meu trabalho. Mas, o senhor, grande senhor uruguaio, poderia humildemente me conceder a cortesia de autorizar meu Grupo a apresentar nosso espetáculo? (...) Ah... Em dinheiro é mais barato?"

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O Grupo Liquidificador foi obrigado a pagar para apresentar um espetáculo com ENTRADA FRANCA.
Ao SATED DF, para que atores pudessem subir aos palcos, foi entregue X em cash nas mãos do Secretário Executivo, que foi direto pro bolso da calça jeans. Digo, "AO SATED".
Quanto ao ECAD, dinheiro que poderia dar mais qualidade ao material artístico do Grupo foi entregue a não-sei-quem(ns), porque todos sabemos que pra outros artistas que merecem esse dinheiro não vai.
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Enquanto isso, eu, quanto artista, não poderia ser de outra forma. Eu jamais conseguiria ser de outro jeito. Não com alegria, não com gozo, jamais com entusiasmo de outro jeito. Eu não tenho escolha. Aposto que outros também não têm. Tentamos é sobreviver às escolhas de poderosos patifes brasileiros.

Adeus. Eu tenho mais o que fazer.

Google Imagens: TO BRAVO
Escolha uma


EU ESCOLHI ------>




segunda-feira, 14 de maio de 2012

A Vingança de um Corno





"A Cartomante" no SESC Ceilândia

O Grupo Liquidificador fecha mais um final de semana colossal! Dessa vez na Ceilândia e com um público super divertido em todas as quatro apresentações. Valeu por participarem, galera!

APRESENTAÇÃO DE SEXTA À TARDE PRO CEM 10






APRESENTAÇÃO DE SEXTA À NOITE







APRESENTAÇÃO DE SÁBADO






APRESENTAÇÃO DE DOMINGO






BOA SEMANA CHATA E SEM TEATRO PRA VOCÊS! ATÉ QUINTA-FEIRA NO SESC TAGUATINGA!!!!

Oficina no CEM 10 - Ceilândia

Oficina realizada no Centro de Ensino Médio 10 da Ceilândia na última quinta-feira, 10 de maio de 2012.
Super divertido e confuso também. Muitos gostarm, outros não. Muitos meteram as caras da improvisações, outros foram platéia. Mas parece que todos se divertiram! O pessoal arrasou!






MUITO DIFÍCIL ORGANIZAR BONITINHAMENTE FOTOS NO POST!
















GALERA ANIMADA

domingo, 13 de maio de 2012

Sobre Adaptação e Quadrinhos

Certa vez um senhor que assistiu A Cartomante se levantou no meio da peça e se dirigiu à porta de saída. Abri a porta para que ele saísse, mas sem conter sua indignação o rapaz me falou antes de sair: “Pensei que ia ver Machado de Assis, mas fica só nessas brincadeirinhas!”. E na hora eu pensei e não falei: “Mas as brincadeirinhas são o próprio Machado! O jogo com o leitor... o que será que este moço esperava?”.
Isto me fez refletir muito sobre adaptação e sobre o que as pessoas esperam quando vão ver algo adaptado. Bem, sinceramente eu espero ver o “produto” relacionado a linguagem proposta. Se vou ver uma peça de teatro, adaptada da literatura, não procuro literatura de qualidade, procuro TEATRO. A literatura lida é infinitamente melhor do que qualquer peça, filme ou quadrinho adaptado a partir dela.
Por isso que, nas adaptações tento deixar o purismo de lado e ver de fato a obra. A adaptação deve ser interessante para sua linguagem, não “manter” a linguagem original. Logo, espero uma obra instigante como teatro, como cinema, como quadrinho e não uma obra amarrada e totalmente conservadora com sua fonte, caso contrário eu visitaria a própria fonte. “Dito isto, vamos adiante.” (citando o personagem da peça A Cartomante.).




Ao iniciar o processo de montagem da peça, procurei também as histórias em quadrinhos que criaram como adaptação do conto. E qual foi minha decepção ao me deparar com um trabalho que eu chamaria de no mínimo preguiçoso! O quadrinho foi uma decepção total, um quadrinho que reproduz sem tirar nem por o conto, sem modificar ou experimentar nada da própria linguagem do quadrinho, fazendo até o Maurício de Souza parecer vanguarda.

Não faço apologia aqui de deturpação de obras, por mais que eu seja adepto da máxima de que “autor bom é autor morto”, mas tenho outra máxima interessante: “traduttore, traditore” (tradutor, traidor). O artista adaptador as vezes deve trair o adaptado para que transpareça também sua linguagem de artista, veja bem, não é uma questão de ego, é uma questão de desenvolvimento de linguagem artística.
O quadrinho em questão torna-se tão literal e bobo que não entendo por que não ler o conto original do Machado de Assis, que seria muito mais prazeroso. E sem esta história de que o quadrinho introduz o aluno para a leitura, por isso a transposição de linguagens, então me expliquem por que este volume foi lançado em livrarias com caráter comercial e não apenas nos livros didáticos?
Bem... “Pão ou pães, é questão de opiniães.”, caso você que lê esta postagem tenha uma opinião diferente, ou parecida, compartilhe ela também nos comentários deste blog. Será um prazer pensar mais sobre isto e destrinchar um pouco mais esta história de adaptação de linguagens.




Há pessoas que querem “ver” o autor, mas se esquecem que a obra que estão vendo já passou pelo olhar filtrado de outro artista. Isto me faz lembrar novamente o senhor de que falei no início do texto, até hoje me pergunto: Qual é o Machado de Assis que ele vê e qual é o que ele gostaria de ver adaptado? Isto nunca saberei, afinal o Machado de Assis que eu leio não é o mesmo que você lê nem o mesmo que ele leu.