Quem sou eu, se me vejo como reflexo no outro, mas sei que o outro não sou eu...
E se o outro for meu oco disfarçado?
Porque temos esta necessidade abrupta de nos definir se estou em processo de definição?
E quem me define?
E de onde vem a definição sobre mim?
De mim?
Do outro?
Do oco?
- Onde sou oco/onde sou eu/e onde é o outro?
Estes questionamentos me fazem pensar sobre o processo de encontro.
Essa tal arte do encontro que muitos estão ensimesmados em encontrar respostas.
E...
Este encontro é Comigo? Com o outro? Ou com o oco?
-Okay! Confesso, não sei!
Mesmo em devaneio o que apetece aos meus olhares, dizeres e prazeres não são as definições e muito menos a tais respostas, mas sim, a BuScA!
A Busca?
Encontro, talvez?
De quê?
- Novamente, não sei!
Só sei que o rito me comove. O mito me instiga. O sagrado me mobiliza.
As formas são possivelmente sugeridas, mutáveis e até dobráveis.
Não sei se sedimentarei algo ou o que será do algo que não compreendo...
As necessidades de se estar em um lugar definido e estável não é Real...
O que é Real?
O que é palpável?
E quem define o palpável?
A matéria?
PenSo, loGo mE siNto toRta paRa o OCO.
- Mas o Oco? (Semblante de espanto)
- Evito definições e isto me provoca o questionamento.
Consigo pressentir que mesmo sendo oco
absorvo
ideias, sensações...
Efemeridades muito mais autênticas que este corpo cru, bem definido e condicionado não se esmera por não se encontrar preparado.
O oco seria o meu lado disforme. O avesso de mim...
- Avesso de quem, se não sei quem sou?
A ideia de pensar sobre, me envolve. Porém, é um risco contraditório "pensar", porque imediatamente o pensamento se prontifica a definir. E a definição nos categoriza a uma falange pueril do que somos nós: ocos com pés a mostra para novas elucubrações...
Élia Cavalcante