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sábado, 3 de maio de 2014

Frágil






Acho que lido com a fragilidade desde sempre. E lido desta forma, me expondo. Porque achei sempre que morreria muito cedo. Achei sempre que eu era um ser humano muito pouco viável. É verdade que, eu tive um irmão morto. Tenho um irmão que morreu, e morreu antes de eu próprio nascer. Então, nunca tive a sensação, a ilusão de que a vida é eterna, ou de que a vida é muito longa. Sempre achei a vida muito urgente. E sempre achei que perco tempo.




Cresci um pouco com esta ideia estranha de ganhar coragem. Mas, ao mesmo tempo, talvez, também uma ideia de valer pouco a pena, porque vai ser tudo muito rápido e vai terminar tudo da mesma maneira. Acho que sempre assumi muito a minha vulnerabilidade, e acho até que toda vulnerabilidade é o modo como podemos honestamente mostrar a maneira mais genuína de ser gente.


Seríamos só bichos. Ser gente é exatamente isso, é ser vulnerável. É sermos permeáveis. É rendermo-nos, por exemplo, a questões que vão muito além dos nossos interesses mais egoístas. Fragilizarmo-nos por causa dos outros.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

MetaProcesso

Ando meio perdida com o processo. Sabe aquela coisa de falar, elucubrar, referenciar, escrever, juntar e etc? Ai sabe quando temos que levar pro corpo aí tudo se revela mentira? Que é muito mais difícil acessar coisas na prática do que na teoria? Sabe? Então... to passando por isso.
Existe uma sensação dentro de mim que diz que eu não sei afetar e nem ser afetada. Parece que eu estou encurralada por paredes de concreto. Leve e impetrável. Vazia e cheia de coisa dentro. Será que é essa cidade? Será que é meu namoro! Não não não, com certeza é a minha infância. UH! Algum motivo tem que ter.
Mas são só desabafos. Talvez eu deite na minha cama e descubra o click, a chave que falta para a coragem.

Afectos - Quinto Ensaio



Aquecimento Ordinária!

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Cenas em construção.
Improviso em torno de duas figuras da dramaturgia macro.

Maldição do My Way.
Maldição da múmia.
Maldição dos 27.

Apresentação de psicólogos sobre os benefícios da parceria no trabalho.




quarta-feira, 30 de abril de 2014

Afectos - Quarto Ensaio


Quarto encontro para ensaio de nosso novo espetáculo.
























Necessidade de formação de uma macro-estrutura dramatúrgica para focar mais as improvisações.

Propostas de cada membro do processo.

- Encontro de astrônomos, ABCDE...
- Encontro de artistas que acreditam que a crítica nada constrói;
- Encontro de pessoas que não acreditam na morte;
- Prólogo com diálogos (vide post Quintas);
- Desvendar um assassino de um crime cometido, aquários em janelas;
- Familía, conceitos e origens (vide post Kael);
-


Brainstorm....


MC, Open House, Culto, Mataram a Nati, Benny's vídeo, pós-apocalipse, podia ser apenas o leiteiro, cena fantoches, possibilidades de costuras e mais....




segunda-feira, 28 de abril de 2014

Família 1

Unidade básica da sociedade formada por indivíduos com ancestrais em comum ou ligados por laços afetivos. Unida por múltiplos laços capazes de manter os membros moralmente, materialmente e reciprocamente durante uma vida e durante as gerações. No interior dela, os indivíduos podem construir subsistemas... Diferentes níveis de poder, e onde os comportamentos de um membro afetam e influenciam os outros membros.
Analisemos 3 tipos de organizadores:
1. Escolha do objeto (assimétrica). Domina a angústia das perdas parentais. Cada indivíduo idealiza o outro. Prazer sadomasoquista. 
2. Vivências do "eu familiar" é sentimentos de pertença (simétrica). Escolha narcisista. Ao que se é; ao que se foi; ao que gostaria de ser. VÍNCULO: Idéia de > poder > onipotência > ambição. 
3. Romance familiar vivido na primeira infância, representando imagem idealizada dos pais (dissimétrica, edípica)

Breve reflexão:
O que pretendo aqui não é sugerir, ou fugir de conceitos temáticos e substanciais. Pretendo analisar a estrutura da composição de indivíduos unidos por alguma semelhança, que compactuem de uma mesmo objeto. Aqui, falamos de estrutura, não de objeto. 

Ver também: FAMÍLIAS ARCO-ÍRIS


domingo, 27 de abril de 2014

E se....?

Tem dias que eu me pego pensando:
"E se rolasse uma apocalipse zumbi, será que eu sobreviveria?"

E dai eu me pergunto de novo:
"Quem sobreviveria?"

Ando pensando muito sobre isso, até porque, essa coisa do cenário pós apocalíptico realmente me interessa. O apocalipse que mais me interessa é aquele em que a tecnologia superou o homem, e o forçou a explodir grandes partes do planeta, por causa de robôs mega ultra inteligentes que estavam construindo sua própria nação. Gosto de tecnologia, e odeio a ideia de viver um apocalipse a onde teríamos que voltar a viver como homens das cavernas.




ESTÁ ANUNCIADO O FIM DO MUNDO, DAQUI HÁ EXATAMENTE UM ANO ASTERÓIDES CAIRÃO SOBRE A TERRA. E SERÁ O FIM DA HUMANIDADE.

Ela olha para ele, parece que tiveram a mesma idéia. Um sorriso escorrega levemente sobre o rosto dela, que segura na mão dele como se dissesse "sim! vamos nessa!". Um ano, 365 dias, e teríamos o fim. Teríamos. Mas nós não, somos inteligentes demais para acabarmos agora. 
Ele então corre até o seu quarto, a onde pôsteres de todos os filmes do mundo cobrem as paredes, abre a suposta "cama de baixo", ali uma mala, e muito dinheiro de algum tempo atrás quando acabou se envolvendo com umas apostas, jogo do bicho, se deu bem uma vez, e inteligente como era, parou ali. E guardou aquele dinheiro para mais tarde. Ele sabia que ia precisar.
Ela, correu até o seu quarto, que por acaso ficava do lado do quarto dele, este era de uma cor amarela meio ovo (ela sempre odiou essa cor,mas por preguiça nunca havia pintado de outra), havia poucas coisas no quarto dela, mas num canto, tinha a sua coleção incrível de HQs, esses que guardavam ensinamentos que só ela sabia, e que com certeza em algum momento seriam muito úteis. Bem o momento chegou.
Saíram dos quartos, se olharam. Ela entrou no quarto dele.
Ele disse:
-Precisamos de um bom plano.
Ela:
-Sim, um bom plano.
Ele:
-Poderíamos transformar essa casa, na casa da sobrevivência. Temos um ano, e muito dinheiro.
Ela:
-Mas e o papai? e a mamãe? Como que isso vai acontecer?
Ele:
-Fácil. Apenas precisamos mata-los.


Ela sorriu, sabia que ia dar certo. Ela acreditava muito nele. E por isso, sabia que ele estava fazendo a coisa certa. Sabia que ele era o cara. Sabia que além de seu irmão, ele também era o seu grande amor. Eles sabiam disso. E, por isso, precisavam sobreviver.

                                              ** Fim do primeiro capítulo **