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quinta-feira, 7 de junho de 2012

Monólogo


- Um rodamoinho vai te trazendo pro meio das coisas. (pausa) Vejo tudo assim, rodamoinhos.(pausa) Fico todo arrepiado pra qualquer coisa, tudo que eu faço é como se fosse a coisa mais importante que já fiz. O que escuto é a coisa mais ..não sei.. que já escutei.O, o ribombar, ribombar do som, a história mais triste. Mais bonita, tudo que vale a pena tá lá, você tá entendendo?(pausa)O trocar desses sons, me fazem abrir os olhos, e no momento que pára, fecham. Quando meus olhos abrem, acho que sou o maior gênio do mundo!(pausa)porque olha: Eu descobri o sentido da vida! EU! Só pra esquecer depois.(rápido) Quando esse grito pára. O sentido pára. Os olhos fecham. O Rodamoinho pára. Os pêlos voltam, a história é boba, os olhos fecham. Que merda.

- me lembro do mar.(pausa) Ele fazia um som também. Era razoável. Não é que nem esse. O mar é meio intocável.(rápido) Isso me toca tanto, me sinto nu no escuro, rezando alto pro céu da noite por algo que nem sei.(pausa) E mesmo assim, sozinho seriam as palavras mais prazerosas. Com certeza as mais certas, que diria.

- Não quero nem saber quais são, fico com um medo pior que o da morte. De saber de vez que a vida não tem mistério. Só tem esse som, que me tira o véu do mistério da vida. Que vai se repetir até meu último dia. Me puxando pro meio do universo. Rasgando tudo que existe entre eu e deus..uma voz. Se rasgando pra mim...não quero saber, mas acabei de dizê-las. As palavras mais certas.

- Que digo.



Matheus Alpino é um jovem boêmio de bigode e uma das mentes 'brilhantes' por trás do Black Metal, Porra!. Ele escreve letras que grita em músicas em que é quase impossível entender a letra, e compra discos de vinil sem ter um toca discos.


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