Tem algo no ar da noite, no silêncio e no frio, que me deixa mais em
contato, mais íntima de mim.
Nessa brisa gelada que me toca ombro,
colo, lábios, que me faz perder as roupas, fechar os olhos e querer
mergulhar, peito aberto, nesse abismo escuro de mim mesma.
E quero
que esse frio me toque por inteira, me arrepie os pelos, me envolva,
cabelos soltos, pernas abertas e entre os dedos. Murmura no meu
ouvido palavras bonitas e a decida é vertiginosa.
Tudo é vazio,
espaço e sombra. E eu pareço flutuar, estou suspensa. São pouca as vezes onde é possível respirar assim.
A noite preenche pulmão e
desperta por dentro. É vida em mim.
fotos Raquel Pellicano |
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