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sábado, 9 de março de 2013

Eu sou a violência


A violência que nasce do "olho por olho, dente por dente", aqui está, Senhor, senhor, Senhor Deus dos desgraçados no Navio mais violento que Negreiro. É sádico e tudo de bom perfume que existe na face da Terra. Há luta constante, carne e espírito, amor e ódio, Deus e o Diabo na terra desconhecida e autodestrutiva, o meu eu. Eu sou a violência. Eu sou uva da vinha Daquele que espulsou o anjo de luz do seu jardim, que mandou apedrejar aquele que negasse seu nome. Eu vou te seguir!

Estou em casa, na faculdade, no mercado, no Hospital. Na mente rastejo à procura de um murro na barriga videolaparoscopada, depois de te estraçalhar e de chupar todo o sangue que sai da sua cirurgia.


- Ela morreu. Foi suicídio:


"Apendicite? Não é não moça! Apendicite não é assim, você não tem cara de quem está com apendicite. Apendicite dói. Olha como você está feliz. Você não estudou, é burra, eu que sei, eu que estudei, você não sabe nada além... do que você sabe? O que eu sei você sabe, mas o que você sabe não importa, nada."

Um dia antes...
"Filhammm, eu cheguei antes!" Não a senhora não chegou antes, eu cheguei antes e eu tenho hora para apresentar meu Seminário. Não... Sim... Não... Sim... Pois pode passar na frente, você já é velha e chata, não sei porque está aqui e não na fila preferencial.
Vai logo. Mas não chegou antes. Não, não e não!
A velha foi... só queria passar na frente, não queria razão. Eu quero a RAZÃO, pelo preço que ela quiser ser devorada, deglutida, mastigada lentaaaaamentxxxxxxxxxxxx.

Seis meses antes...

Eu preciso, eu posso, eu vou, eu quero, FODA-SE, eu quero fazer 9 matérias, trabalhar 6 horas por dia, finalizar as contrapartidas. Eu sou foda, fraca, foda. Cala boca apêndice, intestino, ovários, estômagos, fígado, o semestre é meu, você não tem nada a ver com isso! Eu te manipulo, te destruo, sugo a sua força vital e deixarei você dar pau 7 horas depois de cumprir as suas obrigações. Você não tem direito, só deveres. Formei? Ótimo, conte até 7, ainda tenho que trabalhar.

Não sei mais ordem narrativa, Saramago que sabe, Machado também. Porque tudo se mistura na mente mais violenta do apêndice descascado, enganando a trompa, não tenho porque aspar palavras, quando a minha voz é a mesma dos fantasmas que me querem matar. Quando o mundo inteiro está em um trabalho de equipe violento e bem sucedido. Jazinho estarei no inferno.


Eu. Violência.





Um comentário:

  1. Um confessionário das auto violências...hummm... Bom pacaralho.

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