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domingo, 18 de março de 2012

O Lugar da Solidão num Grupo Teatral



   Fiquei pensando e me deu vontade de escrever um texto para o programa da peça que fosse o avesso do que já disse que é estar em companhia, trabalhar com a Cia. Dizer que conviver desta forma é acompanhar neuroses mais subterrâneas e os comportamentos mais ridículos de um grupo de pessoas. Assistir idiossincrasias mais injustificáveis que emergem de criaturas cujos fantasmas psicológicos e sexuais constituem as instâncias mais insondáveis de um ser humano. É ter que aguentar indivíduos que não se comunicam decentemente com palavras e que para se sentirem bem realizam movimentos crispados e sons guturais, além de quedas ao chão e gritos lancinantes (isso quando não atiram coisas uns nos outros...). Que ao som de uma música que acreditam ser "instigante" iniciam sem sobreaviso jogos de proximidade e distância, de atração e repulsa, nos quais se revelam os segredos mais inomináveis. Mas, não sei. Talvez o público não precise saber disso. (Enrique Diaz).
[Cf. "O Processo", Programa Cobaias de Satã, Rio, CCBB, 1998.]

2 comentários:

  1. Bom saber que o Enrique Diaz já está bem preparado p/ trabalhar com a gente. Ele n vai se assustar.

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  2. Muito legal o blog aqui ((:

    http://madamehype.blogspot.com

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