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quinta-feira, 28 de junho de 2012

Just like Solfiere, bitches!

A festa sobre a qual farei meu depoimento aconteceu ha uma semana atras.

Quinta-feira 21 de Junho de 2012

Eu, depois de uma unica dose de cachaça, derrubei meu celular no chão. E lá se foi a tela. 1o mal pressagio do dia.

Indo encontrar o Personagem 1 que me convidou p/ sair, vejo muitas, muitas e muitas, viaturas na rua. 2o mal pressagio do dia.

Chegando na casa do Personagem 1, encontro eles, Personagem 1 e Personagem 2, com uma garrafa de Absolut. Normalmente teria encarado isso como bom pressagio. Não o fiz. Vi um sofá e me joguei nele. Falei que achava que não deveríamos sair. Os sinais não eram favoráveis. Insistiram. Me mantive deitada, aquele sofá tava tão confortável

-Fê, quer vodka não?

Pronto, minha perdição. Me levanto.

-Olha só, já sei como fazer você se levantar.

Me sirvo de vodka pura.

-Credo. Não sei como você consegue.

Volto, eu e meu copo, para o sofá. Digo que, se eles insistem em sair, sairemos. Mas me recuso a dirigir.

Enchemos uma garrafinha de água com a vodka. Pegamos a Sprite. E descemos, nossos copos cheios e as garrafas plasticas prontas para o refil, rumo ao Balaio.

Balaio tava de final. 3o mal pressagio do dia. Eu na verdade gostei da vibe fim de festa. Tava tranquila com minha vodka lá. Mas Personagem 1 não. Insistiu p/ que fossemos a uma festa. Queria dançar. Não sei como convenceu, a mim e Personagem 2. Mas fomos.

Era uma festa que eu nunca tinha ido em uma boate/lounge/bar/restaurante que eu nunca tinha ido. Estávamos já bêbados ao chegar na porta. Personagem 1 virou sua vodka.

Isso não vai prestar.

O segurança falou que ia fechar logo logo. Insistimos. Ele deixou a gente entrar.
Nunca fui a uma festa com tanto homem. Deveriam ter no máximo 10 mulheres no local. Sem exagero.

Personagem 1 pegou duas doses de vodka e um energético no bar pra gente.

Fomos para a pista. A principio tocava algum remix de música pop do tipo Jovem Pan.
Dancei mesmo assim.

Pouco tempo depois o começou a tocar uma música que eu adoro.


Gente, seria isso um bom sinal?

Me empolguei.

Personagem 1 falou que ia ao banheiro. Notei que ele cambaleava um pouco demais. Deixei quieto.

Outra música que eu gosto.


E mais outra.



Dessas três eu me lembro especialmente. Mas confesso que surpreendentemente aquele DJ tava acertando uma atras da outra.

Mas acontece que Personagem 1 tava demorando muito. E lá pelas tantas não teve mais jeito, tivemos que sair para procurar. Subimos no segundo andar onde era o banheiro. Personagem 1 estava sentado cabeça baixa. Passava muito mal.

Muito mal. Muito mal mesmo.

Personagem 1 é fraco para bebidas. Devia ter parado ele antes.

Não melhorava.

Personagem 2 comprou água. Personagem 1 balançava a cabeça negativamente. Não queria beber mais nada.

Vomitava.

E forçava mais vomito. Não tinha mas nada dentro daquele estomago.

Peguei açúcar. Pedia por favor para ele beber um pouco de água com açúcar. 


Nada.


Só piorava.


Comecei a levantava a cabeça dele e fazia ele se hidratar um pouco.

Ele começou a reagir menos. Comecei a ficar realmente preocupada.

Personagem 2 pegou mais açúcar. Eu colocava aquelas pedras de açúcar dentro da boca dele. E quando essas acabaram eu passava o dedo molhado no açúcar e colocava na boca dele p/ ele chupar. Uma colher teria ajudado.

A festa tinha terminado. Lá em baixo a interminável fila do caixa estava quase acabando.

Ele não demonstrava sinal de melhora. As vezes voltava levemente a si e pedia ajuda. Falava que não queria morrer. Acho que Personagem 1 nunca tinha tido um porre antes. Eu dizia que isso era normal. Que logo ele ficaria bem. E empurrava mais um gole de água p/ dentro da boca dele.

Personagem 2 foi lá em baixo avisar que ainda tinha gente lá dentro. Que Personagem 1 estava passando mal.

Subiram dois seguranças. Disseram que tínhamos que ir embora. Falei que Personagem 1 não conseguiria sair de lá agora. Eles se ofereceram para carregá-lo. Topei.

-Mas ele não tá vomitado não né?

Incrédula não consegui responder.

-Por que, como que a gente vai carregar uma pessoa vomitada.

-Então você vai ter que esperar querido!

-Não, por que não dá né...


-Então você vai ter que esperar querido!! -repeti.

Eles desceram.

Personagem 2 subiu. Havia pagado a nossa conta. Muito mais caro que esperávamos.

Não tinha mas o que fazer. Forcei pra dentro dele o resto da água com açúcar. Enchi de novo a garrafinha e virei na cabeça dele.

Personagem 1 reagiu.

Não tinha mais como, estavam literalmente nos expulsando dali.

-Meu bem. A gente precisa ir embora, tá?! Eu vou te levantar, a gente vai descer a escada, sair e ir para o carro, ok?!

Carregamos ele escada a baixo.

Foi um alivio sair de lá.

O carro tava no final da quadra. Fomos descendo a rua.

Me senti um pouco Solfiere carregando pela rua a defunta roubada. E assim como Solfiere foi interrompido por um guarda. Fomos interrompidos também. Um rapaz veio pedir dinheiro para um sanduíche. Nossa carga era pesada, não podíamos parar. Respondemos em movimento mesmo, não tínhamos dinheiro. O rapaz insistiu. Não adiantou.

Nem sei como chegamos ao carro. Jogamos Personagem 1 no banco de trás e ele foi, vomitando no meu casaco e melhorando aos poucos.

E o resto da noite se seguiu como Personagem 1 passando mal e eu e Personagem 2 cuidando dele.

Trocamos a roupa do Personagem 1, acendi incenso, fiz chá, alimentei, até cantar eu cantei para que tudo ficasse bem.

Acordei. Pouco tempo de sono. Noite mal dormida. Cama pequena. Obra no vizinho. Mau humor.

Personagem 1 acordou. Deu meia duzias de gemidos e estava novo novamente.




Odeio essa gente que não tem ressaca. Dá próxima vez vamos ouvir os presságios?




Vamos torcer para que no meu próximo relato a bêbada da história seja eu.







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